The Dream, Henri Rousseau, 1910
aguarde
amor que volto ali ao sonho
para
seguir adiante dos fantasmas
a
enfrentar meu mais profundo medo…
devo
alcançar sejas tu quem sejas
-
brinquemos juntos
e
que rias de mim
que
rias comigo, que fujas
que
não facilites, que não cedas
à
minha ansiedade, minha despreparo
meu
despropósito…
ah,
o desafio de vir a ser…
se
acaso, por bondade
(quem
sabe prazer ou petulância)
vieres
a me ofertar o teu amor
que
seja por descompromisso
(amanhã
não saberei de mim, quanto menos de nós)
e
mesmo que digas espero te ver outra vez
sei
da impossibilidade de um castelo
que
te guarde à minha espera…
por
isto, eis que parto, pois é preciso que eu parta
a
carregar esta ilusão – tua lembrança, este sonho...
me
resta presente
fazer
o caminho de volta
a
ti, que me deste um momento
instante
feliz
e
no caminho, insisto: que
tal
entre tantos poemas possíveis, reviver amor?!