Estudo do Homem, Anita Malfatti, 1915
Minha
primeira paixão? Pateta (o amigo do Mickey). Depois vieram Cavaleiro
Negro, Zorro, Jerry Lewis, Elvis Presley… Cinema e Quadrinhos,
quadrinhos e cinema… paixões cultivadas até…
Um
dia li um livro do Monteiro Lobato (não lembro o título), e uma
passagem me chamou atenção: um aparelho nos fazia viajar à pré
história da humanidade. Explodiu minha cabeça… Mal sabia que
adiante conheceria a televisão.
Me
apaixonei pelo meu professor de português (na época do ginásio),
que me disse o porquê participar de passeatas e mais adiante o
encontrei no Robin Williams da Sociedade dos Poetas Mortos.
Clint
Eastwood foi o durão mais amável que passou pela minha vida (muito
mais depois de Os Imperdoáveis). Também me cativaram, pelo charme e
doçura da masculinidade, Marcello Mastroianni, Marlon Brando, Al
Pacino, Robert De Niro…
(Porque
será que nunca me apaixonei pelo Superman, Batman ou qualquer outro
super-herói?)
Ah,
Junito Brandão… professor de literatura grega… sua escrita me
fez comprar a coleção inteira dos seus livros e me deliciei com
suas histórias assombrosamente vibrantes de deuses e semideuses
mitológicos.
Um
professor num colégio cristão destinado a formar boas esposas,
Joseph Campbell, me desvendou As Máscaras de Deus e percebi a
mecânica que movimenta esta criação ardilosamente humana.
E
Isaac Asimov? Ah, este me fez entender, com A Última Pergunta, que
amar é sobretudo conhecer.
Borges
e suas Ficções foi amor à primeira linha; As Cidades Invisíveis
fizeram tanto carinho na minha alma que ainda hoje penso em sair de
porta em porta a perguntar se têm um instante para ouvirem a palavra
do Ítalo Calvino.
Reservo
um cantinho secreto do meu ser exclusivo para o Pessoa, quase um
heterônimo de mim mesmo.
Por
obrigação, li Vidas Secas, São Bernardo… E me foi impossível
não ceder à paixão diante de Graciliano Ramos que, num passe de
mágica, me levou aos braços de Machado de Assis, onde me aninho,
certo de estar, senão na melhor companhia, mas na presença de
alguém que, nos tempos atuais, em meio a tantos implacáveis fuderosos fodásticos, nos
apresenta a vida real - a verdadeira, bela e contraditória experiência humana.