desdobro -
jamais inteiro
sempre fração
qualquer lado
me opõe
a mim mesmo
viajo
na perspectiva de alcançar
a face do meu disfarce
sou uma alma
mutante
idosa e estranha
desdobro -
jamais inteiro
sempre fração
qualquer lado
me opõe
a mim mesmo
viajo
na perspectiva de alcançar
a face do meu disfarce
sou uma alma
mutante
idosa e estranha
Era uma colônia de ratos, o paraíso dos ratos: um espaço onde os roedores tinham abundância de comida e água, bem como um grande espaço habitável. Começou com quatro casais de ratos que começaram a se reproduzir. Logo, a população cresceu rapidamente.
Após 315 dias, a reprodução começou a diminuir significativamente. Quando o número de roedores atingiu 600, formou-se uma hierarquia entre eles e então apareceram os chamados “miseráveis”.
Os maiores roedores começaram a atacar o grupo, resultando que muitos machos começarem a “colapsar” psicologicamente. Como resultado, as fêmeas se protegiam e, por sua vez, tornaram-se agressivas com as crias.
Com o passar do tempo, as fêmeas mostraram comportamentos cada vez mais agressivos, arredias e sem apetite pela reprodução. Houve uma baixa taxa de natalidade e, ao mesmo tempo, um aumento da mortalidade em roedores mais jovens.
Então, surgiu um novo tipo de roedores machos, os chamados "ratos bonitos". Eles se recusaram a acasalar com as fêmeas ou "lutar" pelo seu espaço. Tudo o que importavam era comer e dormir. Em um momento, “machos bonitos” e “fêmeas isoladas” constituíam a maioria da população. Com o passar do tempo, a mortalidade juvenil atingiu 100% e a reprodução chegou a zero.
Entre os ratos ameaçados de extinção, observou-se homossexualidade e, ao mesmo tempo, o canibalismo aumentou, apesar de haver abundância de comida. Dois anos após o início da experiência, nasceu o último bebê da colônia.
Em 1973, morreu o último rato do Universo 25. O psicólogo John Calhoun repetiu a mesma experiência 25 vezes, obtendo o mesmo resultado.
imaginar deus é a nossa fortuna eterna,
mas dar-lhe existência
torna miserável a nossa.
só existe sentido na incompletude
na carência, na ausência
na saudade do mundo…
sou tudo aquilo que me falta
ainda mais
aquilo que jamais alcançarei…
transitório,
quanto mais me encontro
mais me perco…
me escondo no reflexo
da minha própria natureza