sábado, 9 de julho de 2016

Eco

Echo, Paul Delvaux, 1943





pássaros adejam
folhas caem
chove
suor e lágrimas
distante criança
pura semente
embala e voa
cada estação



na madrugada
acordei
abraçado a ti
e nos gostamos
até que a ausência
invejosa
infiltrou-se entre nós
a exigir privilégios



à sombra na cidade
uma criança perdida
e sua contraparte
a humana besta
eis o segredo contido
num velho poema
nascido do mistério
e do medo
perene aguarda
o bode expiatório



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