The New Arrival, Desmond Morris, 1960
Sou o que faço de mim
E pago o preço desta ousadia
Sou o suplício, a
mão possessa, a cicatriz…
Apresado, arrastado,
trocado por miçangas
Dei vida a esta
máquina de moer gente.
Diante de mim,
escancarada
A boca refrigério
da fornalha
Mestiço, trago
inteiro
Tantos sertões, meios-irmãos
espalhados
A vicejarem braços e tostões
Emprenhei o mundo de
caboclos e mulatos
E nesta vastidão de
parentes, me arrebata uma dúvida:
- Se não tenho passado e me acumulam rejeições
Quem sou
deveras, neste universo de vícios e contrastes?
Meu nome é Brasil
O camarada mais
desconfiado do mundo,
Que só pode ser
aquilo que não existe
E bota desconfiado nisso!
ResponderExcluirAbraços do Pedra
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