gente,
vivi pra ver e ouvir
Armandinho, Yamandu, Borghetti
e a Sinfônica Jazz
na Sala São Paulo
(numa transmissão televisiva):
um deslumbrante desbunde
– eita Brasil
poderes continuares lindo, tão?!
gente,
vivi pra ver e ouvir
Armandinho, Yamandu, Borghetti
e a Sinfônica Jazz
na Sala São Paulo
(numa transmissão televisiva):
um deslumbrante desbunde
– eita Brasil
poderes continuares lindo, tão?!
incapaz de derramar uma lágrima
riu da agonia,
da dor,
tripudiou da miséria
e, alheio, sentiu-se ungido:
crente que teria sobrevida
além e acima do caos
ignorante da própria pequenez,
investiu contra tudo e todos
distraído da condição humana:
imperfeita, fraca, frágil… falível
eis que a munição acaba
e as mãos, unhas e dentes das vítimas
inscrevem na História
o patético fim de um arrogante
e esta pena assinala,
diante da eternidade,
a tragédia desse ninguém
condenado a viver atormentado
por seus delírios de grandeza
um pensamento sem fim,
inda’gora
galopou a minha mente…
um medo atávico -
me gelou
num sobressalto
a ceifadora veio
e célere lá se foi
inspecionar
a orgia ancestral
do seu espólio
satisfeita
riu com seus agentes
a fartura do seu intento
eu, ainda vivo,
me confundo
com o rebanho:
me falta maturidade
para olhar nos inexistentes
e inevitáveis olhos da Morte