sábado, 18 de outubro de 2025

inocência e ignorância

 

A Morte de Sócrates, Jacques-Louis David, 1787



quando era menino temia o homem do saco; hoje temo o comunismo (ambos comem criancinhas).


na infância, o bicho-papão habitava minha imaginação; hoje seu rosto ilustra manchetes de telejornais.


sentia medo do escuro a criança que’u era; hoje temo o brilho das bombas às 5 horas da tarde.


sonhava com fadas e heróis, finais felizes para sempre; hoje na ansia de seguir os pés me rumam para trás.


e encontro mainha, vestido de chita, dedos de cebola - pai, filho, espirito santo...


mainha passou, a polícia chegou; envergonhado, me refugia o desencanto.


a ideia que assombra é a mesma que liberta; a pedra que atiro noutro é a mesma que me acerta. 



Nenhum comentário:

Postar um comentário