A Morte de Sócrates, Jacques-Louis David, 1787
quando era menino temia o homem do saco; hoje temo o comunismo (ambos comem criancinhas).
na infância, o bicho-papão habitava minha imaginação; hoje seu rosto ilustra manchetes de telejornais.
sentia medo do escuro a criança que’u era; hoje temo o brilho das bombas às 5 horas da tarde.
sonhava com fadas e heróis, finais felizes para sempre; hoje na ansia de seguir os pés me rumam para trás.
e encontro mainha, vestido de chita, dedos de cebola - pai, filho, espirito santo...
mainha passou, a polícia chegou; envergonhado, me refugia o desencanto.
a ideia que assombra é a mesma que liberta; a pedra que atiro noutro é a mesma que me acerta.
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