“Oh, mal tão belo… quem te criou,
senão deuses ciumentos
e rancorosos
com a alegria e o bem estar dos homens?
Oh, mal tão belo…
ornada com as dádivas e as artimanhas divinas
foste destinada ao nosso meio
com a missão de espalhar mazelas
que nos atormentam desde sempre
Oh, mal tão belo…
adornada com flores primaveris,
cheirosa, irresistível, astuta,
cheia de ardis e fingimentos,
curiosa e cínica
vieste para nos atormentar a alma
e instaurar o reino do males sem fim,
onde nos sustenta apenas a frágil esperança
Oh, mal tão belo…
confundiste e enganaste nossa capacidade
de nos anteciparmos ao futuro,
de prevermos possibilidades
diante do Destino que nos assola implacável…
Oh, mal tão belo...
que corrompe e destrói nosso discernimento,
levando-nos a permanecer à deriva
neste oceano incerto que é a vida,
à mercê dos caprichos teus
e das divindades que te engendraram
Oh, mal tão belo”… disse o poeta
ao refletir sobre um dos seus infortúnios
enquanto admirava a beleza das mulheres,
que iam e vinham diante dos seus olhos
sem lhe dirigir sequer um olhar
quanto mais uma palavra (ou um gesto,
por mais insignificante que fosse),
completamente inacessíveis
aos seus membros túmidos de desejos e aflições.
Bravo!!!
ResponderExcluirE assim vamos vivendo esta vida cheia de possibilidades inacessíveis.
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