Horse Political, Alexander Roitburd, 2009
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coloque-se acima de todos, com uma boa margem de segurança (não interessa como)
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bote um deus no coração e a classe média no bolso
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divida o mundo entre mocinhos e bandidos
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invente um bode expiatório e fixe nele a pior imagem de si mesmo
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persiga pornograficamente uns e blinde desavergonhadamente outros
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distribua botons com a bandeira da ordem, da pátria e da família
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demonize as minorias
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culpe sempre a vítima
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terceirize a morte de, pelo menos, um pobre por dia
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humilhe, sem trégua e sem remorso, os sobreviventes até que desistam de si e passem a acreditar que, longe do teu tacão, não existe salvação
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dissemine ódio e nojo a tudo que lhe for contrário
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jamais preste contas dos teus feitos, afinal o indivíduo é livre para fazer o que bem entender e, pensando bem, ninguém paga tuas contas
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mantenha e aprofunde o sistema de classes e a isto chame de meritocracia
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transforme em virtude todo que for banal, venal e/ou imoral
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injete montanhas de recursos, a fundo perdido, numa mídia que infantilize e imbecilize o maior número de mentes disponíveis
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sempre que fizeres um mal feito, aponte imediatamente o mal feito do outro
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dê rédeas soltas ao sistema judiciário, ao complexo militar e, principalmente, ao capital estrangeiro e seus derivados
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para satisfação das massas tenha sempre à mão: sexo, drogas e muita música chiclete
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possua uma trupe de exímios especialistas que prove por a mais b que toda riqueza tem dono e por isto TUDO deve ser privatizado
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nunca brigue suas brigas, mande sempre alguns pistoleiros, e/ou pelotão de choque, resolver a questão
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desdenhe, mas desdenhe com gosto… fale mal, cuspa diariamente na mão que te alimenta, para que nunca te acusem de conivência com o atraso, com a ignorância ou com o subdesenvolvimento
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jamais assuma tua torpeza (ou erros de português), porque o segredo do sucesso é acreditar piamente na própria mentira (sem contudo morrer por ela)
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