sábado, 3 de dezembro de 2016

História Pequenina

Grandfather with Child, 
Norval Morrisseau, s/data



Para netos e porvindouros


Um dia, uma garota chamada Virginia, passeava triste num jardim de esperanças, quando viu caído um passarinho de penas multicoloridas, moribundo. Reparou que lhe faltava uma das pernas - talvez arrancada por algum predador, pensou. 

Delicada, aconchegou o pequenino em suas mãos e correu pra pedir a um doutor que lhe dissesse como tratar as feridas do pobrezinho… 

Depois de muitos cuidados, ao cabo de algum tempo e contrariando todas as previsões, eis que o mortiço encontrou o caminho de volta à vida. 

Tranquilo e gentil, logo decidiu preencher a casa com a sua cantoria cheia de alegria e mágoa… Diamante era, diamante assim foi batizado. 

Porém, em manhã clara, um descuido da menina fez a porta da gaiola abrir o olho do seu Diamante que, manquitola, naturalmente voou… Sumiu no céu azul. 

A garota, diante da janela por onde viu escapar sua joia, desejosa de não sentir tanta falta daquele sereno gorjeio, imaginou esses versinhos solitários…

Diamante foi embora
Adeus meu cantador
Foi viver a liberdade
Deixou comigo uma dor.

Ai, ai, meu Diamante
Voa, voa sem parar
A saudade ó meu lindo
Restará em teu lugar.

Me lembro, dia claro
Tu, caído, moribundo
Uma perna já não tinhas
Ó que miséria de mundo

Uma nuvem de esperança
Te trouxe pra minha casa
E agora, somes assim
Num simples bater de asa?

Ai, ai, meu Diamante
Voa, voa sem parar
Só não voes pro céu da boca
De quem quer te devorar.



 

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