Grandfather with Child,
Norval Morrisseau, s/data
Para
netos e porvindouros
Um
dia, uma garota chamada Virginia, passeava triste num jardim de
esperanças, quando viu caído um passarinho de penas multicoloridas,
moribundo. Reparou que lhe faltava uma das pernas - talvez arrancada
por algum predador, pensou.
Delicada, aconchegou o pequenino em suas
mãos e correu pra pedir a um doutor que lhe dissesse como tratar as
feridas do pobrezinho…
Depois de muitos cuidados, ao cabo de algum
tempo e contrariando todas as previsões, eis que o mortiço encontrou o caminho de volta à vida.
Tranquilo e gentil, logo decidiu preencher a casa
com a sua cantoria cheia de alegria e mágoa… Diamante era,
diamante assim foi batizado.
Porém,
em manhã clara, um descuido da menina fez a porta da gaiola
abrir o olho do seu Diamante que, manquitola, naturalmente voou… Sumiu
no céu azul.
A garota, diante da janela por onde viu escapar sua
joia, desejosa de não sentir tanta falta daquele sereno gorjeio,
imaginou esses versinhos solitários…
Diamante
foi embora
Adeus
meu cantador
Foi
viver a liberdade
Deixou
comigo uma dor.
Ai,
ai, meu Diamante
Voa,
voa sem parar
A
saudade ó meu lindo
Restará
em teu lugar.
Me
lembro, dia claro
Tu,
caído, moribundo
Uma
perna já não tinhas
Ó
que miséria de mundo
Uma
nuvem de esperança
Te
trouxe pra minha casa
E
agora, somes assim
Num
simples bater de asa?
Ai,
ai, meu Diamante
Voa,
voa sem parar
Só
não voes pro céu da boca
De
quem quer te devorar.
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