sábado, 26 de novembro de 2016

(des)Aforismos II


Collage, David Berliuk, 1914



Eu quase que nada não sei.
Mas desconfio de muita coisa.
Guimarães Rosa



Quando a inteligência recua a emoção impera.


Eis o tempo da pós-verdade: aguarda-se anulação da lei da gravidade.


Apesar das nossas vergonhas prósperas e gloriosas, continua vantajoso projetar safras de abonados escândalos belos e complexos.


Medíocres, em geral, ostentam grandes sentenças.


Pelo ritmo da dança, parece não haver justiça - apenas julgadores.


Os perversos, por suas péssimas condições morais, não conseguem descansar.


O futuro é o resultado do inexorável passado imerso na inconstância do presente.


O si mesmo é uma ficção, uma história que nos contaram.


A desnecessidade fere o conteúdo e desperdiça o olhar.


Viver é bem melhor que sobreviver. Afinal, estar enredado no agora, perplexo diante da irresolução da eternidade, é morte que não sabe morrer.


O poema não é saudade, não é tristeza… O poema, senhoras e senhores, é o ritmo natural das coisas. 





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