Passeio ao Crepúsculo, Van Gogh, 1890
“A modinha, melodia
tradicional brasileira,
nasceu da influência do
sudanês e do banto na vida nacional:
é o samba
no seu sentido perfeito e acabado –
adoração, súplica –
substituída a divindade pela mulher,
pelo homem, pelo senhor,
pelo que seja
e substituída a prece
por outra prece mais harmoniosa ao coração”.
Antonio Joaquim de Souza
Carneiro
Os Mitos Africanos no
Brasil, 1937
Brasiliana Eletrônica,
pgs. 131/2
Quando rompe o claro dia
Magino a triste tarde
Lembro de que anda ausente
Redobra maior a saudade.
Cresce o dia, o sol aponta
Põe-se a pino e vai-se a aurora
Eu certifico a lembrança
Magino em quem foi-se embora.
Sol posto que vive ausente
Amor do meu coração
Leva-me longe da vista
Porém do sentido não.
Sol posto que vive ausente
Teu amor não se acabou
Ind’agora está mais firme
Do que quando começou.
Tudo quant’é verde, seca,
Água corrente se acaba;
Amor firme não se deixa
Quem ama nunca se enfada.
Modinha anônima colhida por Silvio Romero,
por volta dos 188.., no Estado do Sergipe.
Nenhum comentário:
Postar um comentário