sábado, 21 de abril de 2012

A Tradição Relativa VIII



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O Dilúvio Sumério

Numa de suas muitas viagens pelo mundo, Gilgamesh encontrou um homem muito velho chamado Utnaspashtim.

Contava o ancião já ter vivido algumas centenas de anos e portanto, visto de tudo um pouco. Gilgamesh pediu então que lhe contasse algo de muito antigo, algo que tivesse visto com os próprios olhos.

Utnapashtim pensou, pensou e lembrou-se de que numa certa ocasião, a muitos séculos atrás, foi convocado por Ea, o deus da água, a desmontar sua casa e construir um barco. Um grande barco, um barco enorme e hermeticamente fechado para que pudesse abrigar “a semente de cada um dos seres vivos”, teria dito o deus.

- E porque o deus te pediu isto?
Eles estavam zangados com a humanidade
Zangados
Sim, a humanidade fazia muito barulho e eles não conseguiam dormir.

Utnapashtim contou a Gilgamesh que foi convocada uma assembleia divina onde o problema foi debatido durante muitos dias. Cada deus queria castigar a humanidade de um jeito diferente. Mas sempre embarravam na proteção que um outro deus ofertava. Até que Enlil, o deus supremo, sugeriu mandarem uma grande inundação para destruir tudo e permitir assim uma boa noite de sono aos deuses.

Mas uma inundação que destruísse tudo era por demais terrível. Concordaram que isto só seria usado uma única vez e deram a sua palavra, através de Ea, a Utnaspashtim que construiu seu barco bem a tempo, antes de chover por seis dias e seis noites, sem parar.

O dilúvio resultante encobriu a terra e afogou todos aqueles que não estavam a salvo dentro do barco. No sétimo dia, o vento amainou e as águas acalmaram.

Utnapashtim contou a Gilgamesh que abriu uma portinhola e soltou uma pomba. Que a pomba voou à procura de terra firme, mas não a encontrou e retornou. Contou então que soltou uma andorinha, mas o resultado foi o mesmo. Finalmente, disse que soltou um corvo e esperou. E o corvo não regressou. 

Deduzi que devia haver terra firme em alguma parte. Depois de um tempo, o barco pousou no topo de uma montanha que despontava das água. Foi aí que eu vi que os deuses cumpriram com a palavra
O que você viu
Vi Ishtar fazer brotar no horizonte um arco-íris. Agora, sempre que vejo um, sei que os deuses reafirmam seu compromisso de não destruir totalmente a humanidade.



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