sábado, 3 de dezembro de 2011

Anotações Desacordadas

Ilustração de Johannes Stäps, Leipzig, 1784


Em tempos de prosperidade, desaparecem as palavras.

Já foi o tempo em que por trás de um gênio da literatura, havia um monte de tipógrafos.

Todos na antessala, ansiosos. Tinha que levar uma resposta. Logo ele que só possuía perguntas.

Foi alguém falar em aumento que logo adoeceu. Na clínica, recebeu três caixas de chocolate, uma dúzia de rosas e cinco balões em formato de coração. Piorou. A junta médica, consternada, deu-lhe um ano de vida.

Ando a pensar se não seria um bom negócio descobrir o Brasil de uma vez por todas.

Quando pensou que ia viver nas nuvens, adveio o caos aéreo.

Fazia tanto calor naquelas plagas que os políticos andavam nus.

Se a situação não está pra passarinho, imaginem pro pica pau – disse o missionário trinchando uma codorna, convicto de que era nhambu, num campo de pouso clandestino no coração da Floresta Amazônica.

O sujeito era tão santo, mas tão santo, que acabou condenado por heresia.

O problema da democracia é que nunca se chega a um acordo quanto ao sexo dos anjos. 

Um dia, quase fui livre. O problema é que, sendo a liberdade um paradoxo, acabei voltando para a casa dos meus pais.

Acordara com a sensação de que, de uns tempos pra cá, chegava cada vez mais atrasado a todos os encontros que, por uma estranha razão, esquecia de marcar.

Diante da dificuldade de entender o que é ser moderno, adotou um figurino para todas as ocasiões.

Conselho de amigo: nunca peça fiado na rosca dos outros.

Trending topics no Twitter: “Não se deve colocar todos os ovos numa única cesta”.

Lição de Autoajuda: “Evite acidentes... Faça de propósito”.

Provérbio Revisitado: “Quando um não quer, dois não brigam. Mas um apanha”.

Sabedoria de Caminhão: “O Brasil é um país geométrico. Tem problemas angulares, discutidos em mesas redondas por um monte de bestas quadradas”.

Onde todos têm opinião formada sobre um assunto, prevalece a força. 


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