sexta-feira, 2 de julho de 2010

Velha Fonte

Velha fonte, Maíra,
Cadê teus varões, amada?

Cercada de ilhas ralas,
Leito frouxo de carícias
– Realismo extenuante...
É este o resultado do teu pragmatismo,
Um relés beijo de moeda?

Onde os templos, guerreiros, armas, jornadas,
Ó presença incauta de soldados?

E essa dor povoada de embustes
Contínuos parasitas de histórias
Novos ricos em catedrais fabulosas
Caótico melodrama somatizado de pragas

Oh, Maíra, ervas não te bebem mais
Filtros não te alucinam
Chutaram tuas artes em teimosos carnavais

Diremos algum dia a palavra mágica
Que drible o lodo que ruína tuas veias?

Todas as palavras travaram, Maíra
Restou esta síntaxe, o eco destas frases
Retórica pueril, vazia de nome
O nome que não tens mais

2 comentários:

  1. Ei!!
    Maravilha de versos
    "Todas as palavras travaram, Maíra
    Restou esta síntaxe, o eco destas frases
    Retórica pueril, vazia de nome
    O nome que não tens mais"

    Saudades daqui.
    E cade voce tambem la no meu canto?
    Bjins entre sonhos e delírios

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  2. Sempre feliz ao lê-lo.
    Deusa Maíra e teus escritos, velhas fontes.
    abração

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