sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Doze Poemetos (Segunda Leva)

IV
Colho as idades e os versos todos saudade
Nascidos aqui nesta tarde quase outono.
O ar em minhas mãos e este sábado carnaval.
Ah, vinho, fumo e bálsamo, Janaína, minha estrela nadir,
Tua pele e a tua anima toda em mim, querubim.
E esse longo sono, Mirabela, e este ocaso de mim?
Abalos sísmicos me açulem que já invento um jardim.
Saúdo as horas e canto os instantes que renasci.

V
Inventei palavras para possuir todas as coisas: criei o tempo,
Delimitei o espaço e a isto chamei realidade.
Elaborei imagens para dar sentido a todas as coisas,
Crei o destino, limitei a ação e a isto chamei felicidade.
Institui linguagem para relacionar todas as coisas,
Crei simbolos, ensaiei ritos e caminhei despencado no rastro dos nãos.

VI
Quantas ruas andei, quantas portas entrei,
Tantos leitos dormi, de quantas bocas ouvi
Quantos lábios beijei, sensato ou insensato
Te procurei tantas vezes e tu, Miracelli,
Pedra e cinzel, sempre aqui, ó luz, dentro de mim.


Nenhum comentário:

Postar um comentário