Natureza inquieta:
O frio e o silêncio humano
A tudo estremece
...
A mangueira e o vento:
As folhas frágeis esvoaçam
Hipnótica dança
...
Carência submersa:
Atiçam o descontrole
Cheiros e lembranças
Natureza inquieta:
O frio e o silêncio humano
A tudo estremece
...
A mangueira e o vento:
As folhas frágeis esvoaçam
Hipnótica dança
...
Carência submersa:
Atiçam o descontrole
Cheiros e lembranças
no silêncio solitário do apê
apenas meu coração atribula
e barulha mais que o martelete
na construção ao lado
ah, a falta que me faz
uma palavra
um cheiro
aquele abraço…
dificil me acostumar
ao ruído
que ficou no teu lugar
coloquei minha angústia para dormir
e lá está, quietinha, numa tela
a enfeitar o corredor
porém, sempre que passo por ela
me ocorre possuir
quase ou nenhum talento
para pintura…
foi daí que inventei um anjo:
planos multidimensionais
cores que tagarelam
em meio às infinitas desculpas
e perspectivas esfarrapadas...
é que aqui em casa
busco não machucar o silêncio
torno possível
(mesmo desafinado) praticar
todo dia
uma velha canção de ninar