Cena do filme, 1959
“belo,
belo, minha bela
tenho
tudo que não quero
não
tenho nada que quero”…
eis,
Manuel,
o
poeta
na
mercearia
a
comprar
leite…
o
prédio onde mora
o
Bandeira
é
feio e frio
a
rua
por
onde ele caminha
é
solitária, feia e suja
é visível a
condição do poeta
-
triste
não
fosse a música de fundo
que
o
homenageia…
Manoel
Bandeira, o poeta do castelo
é
um filme p&b de joaquim pedro de andrade
e
tal qual o protagonista
inventa
uma
manhã
possível
de
acontecer fora da arte...
-
e
quem prefere
viver sem arte?
mas
eis
que o roteirista
coloca
o poeta em pijamas
e
o
filma
na
cama
porém
o
poeta não dorme
(quem
disse que consegue)
quem
disse que o sonhador precisa dormir?
Bandeira
não
quer dormir
Manuel,
o
poeta,
quer
sonhar…
e rir
a
despeito
de
toda solidão, tristeza e feiura…
e
é
justo
aqui
que
o
poeta
ergue
a bandeira
e
Manoel
decide
partir
para
Pasárgada
não
sem antes
comprar
um jornal
despedir-se
de um conhecido
e
atravessar a rua
a
deixar para nós
um
epitáfio em
letras invisíveis:
-
fiquem
aí com minhas graças,
que
me fui,
adeus...