tantas foram as promessas
pressentidas
que voltaste… os pés na areia
são outros
sumidos rastros
na chuva e no vento
desnotados antes e
hoje assuntam o coração consertado
e dizem mais, os elementos -
lembranças perdidas
em desconhecidos rostos
que o cumprimentam
pelas vielas banhadas e carrancudas
salvas pelos inocentes
que lastreiam o futuro
de antemão povoado
de coisas, posses, posição
– casas de um, dois, três andares
numa desastrosa vontade de estar acima
por cima…
tudo é tão velho e no entanto
a natureza se exibe,
farfalha e cobra nossa falha
enquanto a semente
persiste e brota
nas moças bonitas
cheias de festas e mimos
e amores instintivos
abençoados por velhas mães
interesseiras
encarquilhadas
pelo projeto de um dia sentarem à porta
e sem qualquer brasão assinalado
receberem os cumprimentos
dos passantes
que saúdam a força dum bom dia…
daí a volta e o respeito
o religioso gesto
e o amor da retribuição da volta escolhida
apenas pra se sentir parte da conversa
entre parentes que amam uma história
uma confissão, um testemunho, um causo…
o que lhes permite
fugir do desprezo como o diabo da cruz…
(somos todos iguais mas, no final,
cada um na sua casa
e até amanhã -
aguardemos a piada próxima
o caso de trancoso
a lenda que virá
porque tudo é tão precário
frágil o nosso instante
e pouco nos diverte
alguma perspectiva
além é pura morte
e a gente faz de conta
se tudo fosse se…)
hoje, ninguém foi ao médico
ou se automedicou
todos são filhos
altos, fortes e irados trabalham
e se xingam, esbofeteiam com pau armado
na cara dura sem qualquer contrição
e rezam e temem a deus
e por isso o diabo deita e rola
nos gritos, nos berros de cultos
espetacularmente desassossegados
consequências líquidas num mundo sólido,
todos estáticos.
vejo, sinto e sei da presença fáustica…
– eis o humano:
cava mais fundo, cada dia
seu próprio buraco
na esperança de emergir na China.
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