sábado, 20 de janeiro de 2024

Póstempo

 

Gods of the Modern Wolrd-The Epic of American Civilization, 
José Orozco, 1934


Um amigo pergunta o que penso do ChatGPT. 

Temos um novo oráculo na praça. Mas ainda prefiro o I Ching, é mais poético além de exigir considerável esforço de processamento neural. 

Alguém entra no papo e diz que é preciso saber perguntar, que uma pergunta bem formulada já contém em si a resposta, que é uma ferramenta maravilhosa e coisa e tal… 

Lembro daquele robozinho que busca a mãe no filme do Spielberg. 

Que a inteligência artificial é uma realidade, permite que nos tornemos artistas plásticos, músicos, que façamos projetos arquitetônicos, jogos de guerra… Os escambaus a quatro, além de muito trabalho escolar – o que alivia em muito a pressão sobre o professorado. 

O que sobrará do meu cérebro para ser estudado caso me doe para alguma faculdade de medicina? 

Meu temor é acordar máquina que range… 

Preocupa-me a escolha de qual óleo amaciar minhas juntas e conduítes venosos, diante de uma prateleira cheia de substâncias trans, gorduras altamente saturadas, ácidos graxos e outros inúmeros combustíveis para minhas células plásticas eternamente duráveis.

Não consigo explicar mas do nada inventei uma desculpa dramática e consegui escapulir completamente da conversa e fui jogar point and click na parede lá de casa.


 

 

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