sábado, 29 de agosto de 2020

brevidade

Dance of Eternal Love, Toshi Yoshida, 1970



o poema

dispensa a lógica

desaprecia negociar lisonjas

quem disse que o poema deva ser cornucópia

de falácias, sofismas, trapaças, barriga, burlas…

ou vire ruína

pela necessidade, vaidade, medo, ânsia

urgência, fome, sede, conservação

preservação, manutenção…?


que olhe apenas a natureza

o poema

sem qualquer conluio a priori

ou impostura

de métrica

de rima… para que a medida no poema?


o poema acontece

espontâneo...

o verso é que nem festa

        surpresa

estrofe fortuita

        ocasional afeto

simples beijo...

poema é bônus

           todo o resto é engenho

gasto

a se amar por instante

na brevidade

        dessa infinita

                eternidade 




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