sábado, 19 de janeiro de 2019

a lua é um buraco no céu


A Lua, Tarsila do Amaral, 1928




de noite
quero gandaia
de dia
me salve teus braços
e de manhãzinha
confessarei meus pecados
até às 11:30 (meio dia, no máximo)
e só então superarás a minha presença
e esquecido
meu sumiço
naquele belo dia de sol
e nem era carnaval…

e se acaso me encontrares
tropego
nalguma esquina
        a soluçar por ti
permita outra chance à minha breve sobrevida…

leve-me até aquele restaurante macrô
        onde
de boca cheia
        beijarei a tua
e ao teu ouvido darei detalhes
do frege estranho que rolou com uma nave
na última madrugada
entre grades da prisão inexplicável
de onde guardei decifrar
entre tantos clandestinos
a cruz na qual me encontrava
antes de te avistar

oh, ame-me, amor
antes que endoideça...



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