sábado, 22 de setembro de 2018

minha ilha


Cosmic Map, Bruno Munari, 1930




minha ilha é partida
um adeus 
essa saudade
e um barco a balançar
o mar
minha ilha é retorno
um beijo-abraço 
fartura
conversa noite adentro
alegria e silêncio
minha ilha é paz
é sossego
uma boa música
um faz-de-conta 
um desejo
uma lembrança 
e te festejo
minha ilha
ir e vir
praia campo
uma semente
e o jardim…
ah minha ilha
esquecida
pequenina ilha
desconhecida
essa ilha que me sonha
e habita
e resiste
e persiste
compor em mim
um retrato e o luar
minha ilha é plano
um horizonte
e cada ponto dessa geografia
original
aflui o rio que fertiliza a rosa
os cataventos 
e os instantes
minha ilha advento
pula todas as etapas
da evolução
nascida inventada no meu coração
longínqua
minha indescritível ilha
é partícula
morada final
anima minha
e a vontade
sempiterna
ilha imortal


Nenhum comentário:

Postar um comentário