sábado, 14 de julho de 2018

No oco do mundo




Olhando as Ondas do Mar
Neiva Passuello, 2008




Diante do oco do mundo
Perto de onde o rio beija o mar
Vi um diamante no interior das coisas
Escancarar as cores que escapavam dos meus olhos

Navegado em tons e gradações
Pensei em inventar uma praia
Porém uma criança veio sentar-se ao meu lado
Entoando uma estridente melodia 
Canção sem palavra, sem fonemas, sem sentido...

Perguntei-lhe o que era aquilo, do que se tratava
Sorridente, encarou o vazio dentro de mim
E sussurrou como se solfejasse feito um tenor
- Porque as coisas têm que fazer algum sentido?...

Vesti meu chapéu
Calcei meus botões
E caminhei através da onda
Até a mesa de jantar
Onde saboreei amendoins
Convencido que eram feijões



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