Fá-los Ouvir a Tua Corneta, Sa Nogueira, 1972
I
No ônibus
O rapaz
arrasta-se
Por baixo
da catraca…
Ri sujo e
ajeita:
– Ajoelhou,
tem que rezar.
II
A Paulista
amanheceu
Com lixo
queimado no asfalto
E muitos
direitos pisoteados.
A polícia,
ao relatar o feito, ufana-se
De ter
usado apenas um terço de força
III
A mãe
bolsista reclama e lamenta
Não ter
condições de comprar
O jeans de
300 reais
Pra
filhinha adolescente
Escorregador de gilete para piscina de álcool!
ResponderExcluirPoesia seca, crua, flagrantes de nossa vida real. Gostei muito!
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