sábado, 26 de dezembro de 2015

Três horas da tarde

Rush Hour, Max Weber, 1915


São 3 horas da tarde
Estou no centro da cidade
Meu olho vê a multidão
E as causas que ignoro…

Intervém a memória e o idioma
Dos aventureiros navegantes
Que, ao caçarem uma ilha
Conseguiram uma maldição…

Sofro a cantiga que me advém
O chicote invisível na minha mão
Provoca o ar em desacordo
Essa mistura que sou agora

Furioso, fecho o olho e praguejo
Desgosto dessa harmonia civil
Ou liberto faço um samba
Que inverta a prosa essa agonia?

A dor é que vivo
A alegria é que sei
O passado me nega
Lá no futuro, dancei.

Ah, processo sujeito:
Mecânico, peça e máquina,
Meu destino é uma crase
Num livro sem subscrito.  




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