segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Instante XXXII

O Beijo, Ernst Ludwig Kischner, 1930


Quando me deixo levar pelo silêncio, sinto
Que todas as palavras do mundo já foram ditas

Quem sabe inventasse uma novinha
Para dizer ao teu ouvido esta antiga novidade

Meu remédio qual é, galega enluarada, senão o perfume
Da flor de laranjeira no teu travesseiro e o dom josé dos teus lábios?

Sejas então meu barco e meu cais
Que ando à deriva, perdidinho de amor

Sejas minha ilha, meu refúgio
Que ando triste neste enorme mundo de distâncias e perdições

Sejas meu vento e a inesperada calmaria
Que ando desconfortável de tanto navegar abismos e constelações

Por fim, sejas minha doce estrela guia
Que jamais sussurrarei em minhas noites de cansaço, teu lindo nome em vão.


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