sábado, 7 de fevereiro de 2015

Selva Semiótica


The Jungle, Wifredo Lam, 1943




Matam e morrem,
que nem peru, de vésperas.
E todos jogam pra platéia”

Max Plâncton da Silva,
Anarco-Terrorista Amador,
Largo da Batata, 2013.



Você diz que sou ladrão
Mas teu paraíso é fiscal
Você diz que mamãe é quenga
Porém a tua é venal

Você diz que eu sou sujo
Mas teu fedor é manjado
Você diz que eu sou roto
Porém tu esfarrapado

Você diz que tenho culpa
Mas o teu rabo é preso
Você diz que sou sinistro
Mas teu regime é opresso

Você diz que sou hipócrita
Mas é falso teu moralismo
Você diz que prejulgo
Mas é teu o elitismo

Você diz que não amo
Mas teu ódio é mortal
Você diz que sou veneno
Mas o tua crença é letal

Você diz que não tenho gosto
Mas o teu hálito é mau
Você diz que tenho taras
Olha quem fala ó canibal

Qual de nós dois é pior
Minha santa dor ciática,
Quem é capaz de verdade
Nessa selva semiótica?



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