sábado, 29 de março de 2014

Edição da Memória



Attic Memories, Norman Rockwell, 1925



O esquecimento não sobrevive ao sonho.

A quantidade de pontos existentes no Universo é a mesma que existe num centímetro.

Contar é comparar duas séries.

Apenas duas datas resumem uma vida: nascimento e morte.

Viver é uma simulação arriscada. Ainda mais quando se procura serviço público de qualidade, jornalismo isento e amor desinteressado.

Por conta de uma doença hereditária, garota mata os pais, se suicida e deixa bilhete: “Olha a merda que a gente fez”.

Numa sociedade onde faltam sábios, vicejam espertos.

Não resistia à crítica: Tinha rabo preso e telhado de vidro.

Um ignorante orgulhoso, além de burro é ingrato – cumpre a lei por recompensa. Moralmente culpável, realiza menos do que a lei exigia.

O valentão, que gostava de fazer chorar as meninas, acabou endemoniado de tanto vigiar o inferno.

Quem se vende por centavos, jamais chega a milhão.

Um sonho generoso acaba em porrada e o agressor, na delegacia, confessa: Nós somos católicos, pô.

Ela, repleta de memória, nunca foi tola mas, ignorava o prazer intelectual.

O homem de gênio o é graças a mediocridade.

Toda identidade pessoal reside na memória. Anulada esta temos o idiota.

Todos os homens são capazes de todas as ideias. Só que uns as registram primeiro.

A história é:  Um fato e suas várias versões.


Um comentário:

  1. Seu registro é bem singular! A memória é tão complexa, e o poema diz muito sobre ela!

    Abraço do Pedra

    www.pedradosertao.blogspot.com.br

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