Bruno Polleti, Folhapress, 2014
Montou naquela tarde sua
melhor imagem
Pras minas, pros manos…
Rala pra consumir à
vista imagem e semelhança.
Todo poder à praça de
alimentação, todo poder às vitrines!
Grife que desejo o
máximo, se quero me exibir não é aqui o lugar?
Desde quando desfilar é
antinatural?
Vai vendo a nossa alegria
perplexa
Diante de tanto medo,
diante de tanto ódio
Pra que mesmo foi que nos
criaram?
Porque todo dia nos
convocam
A propaganda, a
publicidade
A livre circulação da
moeda
O capitalismo
Esta porra
Onde está a lógica do teu sistema, meu pai?
Cai fora
Se manda
Passa
Arreda
Rua
Vaza
Xô!
Cadê a minha praça
Pública
Cadê a minha rua
Pública
Cadê a minha escola
Pública
Cadê a minha praia
Pública
Vai vendo a indignidade
de viver apartado.
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