sábado, 10 de agosto de 2013

O Estranho



Head, Pavel Filonov, 1924




O estranho que me habita
Não faz ideia que existo.

Se víssemos um ao outro
Partilharíamos semelhanças?

O estranho que sou, não faz ideia
De quem verdadeiramente eu seja

Quem fala de amor por mim: o conhecido
Ou esse estranho que coabita?

Estamos condenados a isto:
Viver ignorantes de nós mesmos.

Estranho é não saber de si
E ainda conhecer os outros.

  


Um comentário:

  1. Muito bom: "Estranho é não saber de si / E ainda conhecer os outros". Devemos ser todos, mais ou menos assim, Paulo Laurindo.

    ResponderExcluir