sábado, 12 de maio de 2012

Exercício


Homem na Janela, Foto de Victor Vieira, no Flickr



Jaz pequena flor
Na calçada roxa

Dança contente
Uma safira rara

No refúgio da janela
Olá me diz o bentevi

Minh'alma boceja e vela
O ar frio que a luz pondera

Nesta quase primavera
Sinto o gosto, quem me dera

Boca enfeitada de beijos
Pousam olhos quase puros

Lascívias asas brotadas
Desse olhar prematuro

Pousado lerdo na neblina
Arauto da manhã, obscuro

Um chuvisco de saudade
Demorados olhos tardam

Anoitece, os olhos cardam
Sonhos de memória tecelã


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