Fotograma de Animaçao, Ricardo Quaresma e Maria Freire
Todos os céus me sobrepõem.
Todos os abismos me aguardam,
Lancinantes.
Roço a vida com a ponta dos dedos.
Acaricio a íris tênue da alegria
E penso balbuciar um poema taumaturgo.
Cativo, rendi-me ao logro.
Incapaz de perceber o blefe,
Vago no tempo que me resta.
Quando a janela transbordar
Uma imagem opaca ficará:
Eis que ali pousou um vaso, incerto
Da planta que um dia habitou.
E a rua, refeita
Dos caminhos crassos,
Em versos breves
Numa ode farta,
Quem sabe sobre
Um refrão esquivo
Que abafe o ruído
Do jarro partido.
Belíssimo poema. O amargo da vida fica até mais palatável, através destes versos.
ResponderExcluirMagnífico poema. Suas palavras foram, mas ficaram em minha memória. Simplesmente estonteador a independência delas.
ResponderExcluir