sábado, 1 de janeiro de 2011

À Boa Mãe

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Céu e terra, natureza e espírito, esposa e marido, pai e filho, cidadão e governante...
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Nunca combato, completo.
Faço com que as coisas nasçam, dou-lhes forma.
Substância cada qual engendra de acordo com a natureza.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Atuo no movimento, repouso na quietude.
Atuo no abrir, repouso no fechar.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Ao me abrir, permito que entre luz.
Ao me fechar, abraço todas as coisas.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Um humano buscava manter uma posição que não lhe correspondia.
Ao buscar dirigir em vez de servir, atraiu a ira do forte.
Feriu-se ambos numa luta antinatural.
É o que acontece quando a pretensão rivaliza com a autenticidade.
Empenhar-se em conseguir tudo por si mesmo conduz ao infortúnio.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Devoção e flexibilidade não excluem a força.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Imaginem um cavalo que percorre incansavelmente a vastidão dos campos.
Sou eu, a Terra, o vasto ventre.

Que a fama fique para os outros: não busco méritos mas frutos.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Ampla e maciça, sustento todas as coisas, sem exceção, boas e más.
Nada é privado de sua natureza, embora alguns se arvorem em meus donos.
Eu sou a Terra, o vasto ventre.

Quem não quer ser assim: incansável e forte?
Auto evidente, sem artifícios,
Zeloso, congruente, verdadeiro,
Dedicado, flexível e correto?
Eu sou a Terra, o vasto ventre.


3 comentários:

  1. Neste início de um novo ano, um canto à Mãe Natureza. Beleza, Paulo Laurindo!

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  2. Uma linda elegia à nossa mãe Terra, que temos nos comportado muito mal com ela.Lindo!!!

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  3. Muito obrigado pelo comentário de força pro meu lançamento. Abço.

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