Google Imagens, Motim PM Ceará 2020
Cid
Gomes estava
certo? Na
época, disseram
que ele iniciara
o enfrentamento das milícias
e
coisa e tal.
O
contingente
policial militar cearense,
de
armas em punho, misturados a milicianos (e quem sabe talvez
até com facções
criminosas), a partir de um comportamento tipicamente fascista,
decretam
o fechamento
da sociedade, ameaçaram
cidadãos, roubaram
veículos públicos, furaram
pneus de viaturas e motos de patrulha… Tudo
em nome de suas reivindicações salariais. Não
foi uma greve, foi motim.
Que mais reivindicava
um militar que ganhava,
em
fevereiro de 2020, no
posto de soldado, 3.700 reais mensais?
(Para
que possam sentir o drama… um
professor cearense ganhava,
em início de carreira, 1.587 reais por mês enquanto o trabalhador
médio na
terra de Alencar e
sua musa Iracema,
recebia algo
em torno de 1.400 reais mensais).
Policiais
militares
no Brasil jamais
ficaram
ou ficam
do
lado certo das coisas. A
“formação”
desses
caras não
permite isto. Afinal, são treinados para acumular o máximo de
raiva, insensibilidade, incivilidade e depois soltos na rua, armados
até os dentes, para decantar, em qualquer um que se lhes atravesse o
caminho, o ódio em que foram doutrinados. Passam por um treinamento
de guerra cujo inimigo somos
nós, os cidadãos comuns que, teoricamente,
juram todo
dia proteger.
É assim no Ceará, no Rio, no Rio Grande do Sul, em São Paulo…
(Ah,
São Paulo, tu que inventaste a
fórmula combater
o bom combate
não vê
que os
teus
gestores
permitem
que policiais invadam escolas e surrem alunos como se estivessem numa
sala de tortura do famigerado DEOPS, simplesmente porque a
lei foi desrespeitada).
Não
é do feitio da
polícia investigar:
polícia
simplesmente
condena
e pune. O Judge Dredd, filme com Silvestre Stallone, inspira mais
esses indivíduos
que a nossa
Carta Magna e
todos os tratados de Ética. Eis
o mais terrível entulho herdado do
nosso passado escravocrata que
foi
queimado mas permanece mais vivo que nunca,
positivo e operante, solto na pirambeira, descendo o cacete,
humilhando e matando.
Algum
dia
teremos uma polícia de verdade, atuando na causa cidadã e não
agindo
tal qual gangues
de jagunços fardados?
O
Cid Gomes se
enganchou
numa
retroescavadeira, derrubou
o portão de um batalhão e acabou
levando
dois tiros, mas
isto não resultou numa revolução, como disseram muitas vozes na
ocasião. De lá pra cá tudo continua como dantes no quartel de
abrantes.
A tormenta passou, mas
não
se viu nenhuma palha sendo levantada no
sentido de mudar
o sistema como
se faz segurança pública no Brasil. Cadê
os sujeitos
arretados para colocar na pauta a extinção das polícias militares?
O
grupelho fascista, desafeto mor da cidadania, foi apeado do poder,
mas tal qual o neoliberalismo econômico praticado por nossa
autoridade monetária atual,
as cabeças da Hidra continuam serelepes
e
os progressistas ainda não aprenderam a queimar as cabeças dessa
quimera.