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sábado, 15 de fevereiro de 2020

Os ovos de ouro



Hallow Egg, Alexander Calder, 1939




Um dia, um gênio apareceu na cidade e ofereceu seus dons. Como ali todos eram pobres, lembraram da história antiga e cada um pediu uma galinha que botasse ovos de ouro.
O gênio, relutantemente, concedeu o desejo. Todos foram pra casa com a certeza de que agora finalmente não precisariam se preocupar com mais nada na vida.
Com o passar do tempo, ninguém mais precisou ou se lembrou de trabalhar.
Todo mundo agora era milionário. Ninguém mais produzia um alfinete que fosse. Afinal, tinham montanhas de ouro e podiam comprar tudo que desejassem.
Porém, o que havia em estoque um dia acabou. E como não tinham produzido nada para repor o que consumiram, logo as prateleiras dos mercados ficaram completamente vazias.
Quando, bateu a fome, não havia alimento; quando o frio entrou, não havia agasalho; quando a doença acordou, não havia remédios… E todo dia, a galinha de cada um botava mais um ovo de ouro que nem era comestível.
Perceberam que, na verdade, haviam desejado e recebido uma inutilidade, todo ouro que possuíam não valia nada.
Foi aí que decidiram matar suas respectivas galinhas, para aplacar a fome. E, de barriga cheia, voltaram aos seus afazeres anteriores em busca de suprirem suas necessidades e, eventualmente, produzir um tanto a mais que lhes permitissem trocar por outras coisas que precisarem.
Num passe de mágica, todo o ouro acumulado desapareceu da história e ninguém sentiu a falta dele.