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sábado, 14 de novembro de 2020

Uma crônica do arco da velha

 

Military Uniform, Luigi Serafini, 1981




Os caras fantasiados de azeitona, muito bem municiados com suas arminhas de mão portáteis fabricadas pela Taurus, estavam certos de que iam invadir a Bolívia ou a Venezuela, mas no meio do caminho veio a ordem que deviam seguir rumo ao norte, em direção a Washington: que se virassem para debelar, a todo e qualquer custo, o caos instalado desde a vitória dos democratas nas últimas eleições presidenciais na atual pátria-mater da democracia, a pedido expresso e lacrimoso do vigente inquilino da Casa Branca, o tal que se recusa a entregar a rapadura e evitar o despejo.

O general encarregado da façanha, num gesto altamente melindroso e repleto de controvérsias, ordenou que fosse providenciado um inventário preciso (e cientificamente de acordo com as normas elaboradas pelo grupo que domina atualmente as sete portas do reino do faz de conta político) de toda a pólvora disponível para fazer chover fogo sobre a capital ianque, conforme o ordenado

Mas foi mal interpretado pelo chefe que o demitiu ad-hoc através das redes sociais, ao mesmo tempo que acionou o órgão responsável pela vigilância sanitária dos bons costumes (recentemente ocupada por mais um militar altamente lúcido e dotado de ideias peremptórias a respeito de tudo e todos, fruto de uma boa educação ministrada na escola superior de todas as guerras que nunca iremos realizar por falta absoluta de uma realidade que as recomende) que, às voltas com mais uma grave decisão a respeito das vacinas contra a pandemia que "mata mais que istriquinina", não conseguiu evitar que se chegasse à conclusão de que a munição dava apenas para uma hora de cacete. 

Um “pau mandado” imediatamente emitiu relatório reportando que a retaguarda da soldadesca que partira para desencadear o apocalipse no hemisfério norte ficaria completamente desprotegida em face a investida rígida e lubrificada das baionetas entumecidas dos marines

Ui, ui, ui... vaticinou, em rompante patriótico, o influencer Deyvidi Brezil, em cadeia nacional, patrocinada pelo Partido Comunista Chinês (que todos nós sabemos muito bem mancomunado com o movimento gaysista e piroquista cujo objetivo sempre foi o de acabar com a família brasileira, através da disseminação de equipamentos pesados para a telefonia celular a preços baixos e altamente competitivos).

Foi um deus-nos-acuda e nem com todas as orações dos pentecostais convictos na vitória do bem (deles) sobre o mal (dos outros) conseguiram sustar a debandada e delírio geral das nossas intrépidas e supimpas forças armadas de cuspe, bodoques e muito caroço de mamona.

Para conter o susto e o surto, imediatamente uma comissão supra partidária conseguiu aprovar, a toque de caixa, no Congresso, que os salários e as pensões das viúvas e filhas "solteiras" continuariam sendo pagos até o juízo final, mesmo diante do vexame anunciado pelo próprio comandante do exército de que as tropas não possuem cacife para garantir a soberania nacional quanto mais se meter numa aventura brancaleônica como esta, fruto de delírio do chefe que tem passado os dias preocupado em defender os próprios filhos das trapalhadas e trapaças em que eles se encontram metidos devido, primordialmente, a falta de tino e de caráter da famíglia

Deixemos esses somenos de lado (protegido por uma cortina de fumaça), antes que nos acometa o próximo desmatamento ou apagão generalizado de todas as boas práticas. Enquanto isto, a cidadania segue na certeza de que dois mais dois continua sendo quatro e que, em 2020, todas as sextas-feiras foram 13.