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sábado, 8 de novembro de 2025

Quando foi a última vez que você?...

 

Google Gemini




- Tomou um banho de mar

- Sentou debaixo de uma cachoeira

- Conversou com um estranho

- Andou descalço na grama

- Deitou na areia do mar

- Escreveu um poema para um filho

- Prestou atenção no canto dos pássaros

- Contemplou o luar

- Bateu papo com uma criança

- Conversou com uma flor

- Cantarolou uma canção no banho

- Apreciou a alvorada

- Aplaudiu um crespúsculo

- Abraçou uma árvore

- Ficou tocado ao ler um livro

- Sentiu o cheiro de terra molhada

- Chorou na exibição de um filme

- Sentou sob a sombra de uma árvore

- Olhou para céu numa noite estrelada

- Fez perguntas e não aguardou respostas...

- Quando foi a última vez que você olhou à sua volta, não criticou nem corrigiu nada, pelo contrário, sentiu-se familiar a tudo e riu um sorriso tímido, mesmo que de canto de boca para ninguém estranhar a sua felicidade e guardar pra si a sensação de estar de bem com o universo, com o mundo e consigo mesmo?


 

sábado, 29 de maio de 2021

ser livro

Reading, Pablo Picasso, 1932

 


compro livro por impulso

em geral, após duas ou três páginas

os coloco para maturarem na estante


(a prateleira é uma vinha)


existem instantes

horas desavisadas

em que os colho

inesperadamente

a lhes sentir o cheiro

o sabor de seus títulos...

e conforme a oportunidade,

saboreio outras páginas


(mesmo que sorva o último gole

deixo-os permanecerem de pronto

para uma outra súbita degustação:

livros se regeneram)


verdade

que alguns viram vinagre

porém, mesmo azeda

uma leitura

podem vir a temperar

qualquer conversa


houve tempo em que

colegial

lia por obrigação

oh, quanto desprezo…

é que já sabia discernir entre ordem e sugestão

e isto me levava a uma proximidade afetiva

com aqueles mestres que,

de um ou outro modo, me diziam:

tudo na vida muda, inclusive o paladar”


e o meu mudou:

hoje ofereço à alma

o acaso dos prazeres epifânicos

das descobertas imprevistas

dos achados acidentais


afinal, a revelação está em perceber

o movimento do próprio espírito

e a constatação de que

nada é estranho a si mesmo.