sábado, 22 de novembro de 2025

cinema mudo

 

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o ônibus rodava

o suor coletivo machucava o ar

a paisagem monótona desfilava pela janela impassível

postes, cercas, montes

um bovino feito estátua

um casebre abandonado no centro de uma pintura naif

campo, pedras, árvores solitárias e

ausências...


os olhos do viajante

perambulavam pra lá e pra cá

nada em particular retinha suas retinas

mas no fundo da alma o perseguia a pergunta:

- de que conto saiu esse filme sem ação

e onde anda a cidade mais próxima

haverá ali algo que surpreenda meus olhos?


desanimado

mirou o céu azul salpicado de nuvens

o sol ardia

tudo era comum

familiar


ainda não era tarde

mas o longe parecia mais distante

e não havia hora para chegar

porque qualquer lugar seria o lugar

igual a todos que conhecia


era apenas uma viagem de recreio

melhor dormir e talvez sonhar.


 

sábado, 15 de novembro de 2025

o rugido do silêncio

 

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brasil dói

soc, ai, pow, grrr, aiaiai, crash, zapt

bang, aaaiii, plof, crack, uiiii, paf

splat, ugh, bum, cabum

siiiirene, ratátátá

snif, snif

buá, buááá...

e quanto mais se explica

mais dói

esse silêncio -

gigantesco ruído



sábado, 8 de novembro de 2025

Quando foi a última vez que você?...

 

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- Tomou um banho de mar

- Sentou debaixo de uma cachoeira

- Conversou com um estranho

- Andou descalço na grama

- Deitou na areia do mar

- Escreveu um poema para um filho

- Prestou atenção no canto dos pássaros

- Contemplou o luar

- Bateu papo com uma criança

- Conversou com uma flor

- Cantarolou uma canção no banho

- Apreciou a alvorada

- Aplaudiu um crespúsculo

- Abraçou uma árvore

- Ficou tocado ao ler um livro

- Sentiu o cheiro de terra molhada

- Chorou na exibição de um filme

- Sentou sob a sombra de uma árvore

- Olhou para céu numa noite estrelada

- Fez perguntas e não aguardou respostas...

- Quando foi a última vez que você olhou à sua volta, não criticou nem corrigiu nada, pelo contrário, sentiu-se familiar a tudo e riu um sorriso tímido, mesmo que de canto de boca para ninguém estranhar a sua felicidade e guardar pra si a sensação de estar de bem com o universo, com o mundo e consigo mesmo?